terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Gaza

A recente onda de violência em Gaza não pode deixar ninguém indiferente. 

Independentemente da opinião de cada um sobre este conflito histórico entre a Palestina e Israel, interessa-nos sobretudo uma resolução pacífica que determine um fim aos abusos dos Direitos Humanos dos civis inocentes.

Na medida em que os meios de comunicação social assumem um papel importantíssimo na representação da realidade que se vive nestes contextos, entrevistámos um jornalista no terreno, Yousef Al-Helou, ao serviço da Gaza TV News. 




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1. O que pensa sobre a cobertura dos meios de comunicação social por todo o mundo sobre o conflito entre Israel e a Palestina?
Bem, a maior parte dos meios de comunicação social ocidentais são conhecidos por ser tendenciosos, sendo por essa razão que as pessoas em todo o mundo que procuram saber a verdade sobre o que realmente está a acontecer no terreno vê as actualizações e histórias postadas na Gaza TV.

2. A Gaza TV News tem enfrentado alguma dificuldade ao relatar os acontecimentos no terreno?
A Gaza TV não enfrenta qualquer dificuldade no trabalho no terreno, nós apenas realizamos reportagens ao vivo em Gaza, mas recebemos a contribuição de muitos outros jornalistas, parceiros e fãs em todo o mundo.

3. O que pensa da visão ocidental dos meios de comunicação social sobre a recente onda de violência em Gaza? Acredita que a informação tem sido transmitida de forma imparcial?
A maior parte dos meios de comunicaçãp social ocidentais tende a adoptar o ponto de vista de Israel, de que é Israel que está a atacar em resposta ao lançametno de foguetes caseiros disparados a partir de Gaza, e de que Israel tem o direito de se defender.

4. Em que medida o jornalismo pode ser útil na informação à comunidade internacional sobre o que está a acontecer?
O jornalismo e os meios de comunicação social assumem um papel muito importante para que a mensagem e a realidade possam ser transmitidas, em certa medida, o trabalho do jornalista passa por essa sensibilização.

5. Os Direitos Humanos dos civis estão a ser profundamente violados em Gaza. Do que precisa este povo e o que podemos esperar do futuro?
Os Palestinianos têm sido vítimas de abuso dos seus direitos humanos por parte dos Israelitas, as pessoas são privadas dos seus direitos básicos. Os Palestinianos estão consternados com a apatia da comunidade
internacional, e estão indignados com o mundo que vira as costas e fecha os olhos ao sofrimento do povo sob ocupação e cerco.



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Guantánamo



Campo de Detenção da Baía de Guantánamo: Encerramento, JÁ!

 

Imagem retirada de um documentário britânico dirigido por Michael Winterbottom (2006) que retrata esta realidade – “Road To Guantánamo”

Guantánamo, cidade do sudeste de Cuba, encontra-se ocupada por um estabelecimento prisional militar do EUA, oficialmente designado por “Campo de Detenção da Baía de Guantánamo”.
No que diz respeito às condições e características da detenção de indivíduos, trata-se de uma área excluída do controlo internacional. Os prisioneiros são mantidos num local em que, com o conhecimento de toda a comunidade internacional (que tem vindo a manifestar uma crescente indignação), os seus direitos humanos mais básicos são violados diariamente.
Há onze anos atrás chegaram os primeiros prisioneiros a Guantánamo, estando 779 contabilizados até aos dias de hoje. Desde Janeiro de 2002, após o ataque terrorista de 11 de Setembro contra as Torres Gémeas, regista-se um elevado número de detenções (sobretudo de civis afegãos e iraquianos) por “suspeita” de vínculo aos movimentos Taliban e Al-Quaeda. No entanto, do número de pessoas que passaram pela Baía de Guantánamo, sabe-se que apenas sete prisioneiros foram julgados, por comissões militares e fora dos padrões internacionais para julgamentos justos. Nas estatísticas destes prisioneiros encontramos ainda nove mortes, sete por suicídio.
O documentário “Inside Guantanamo”, exibido pelo National Geographic Channel, entre outros media independentes, divulgam os crimes perpetrados neste universo prisional, de onde se destacam múltiplas formas de tortura e violência, como o transporte dos detidos em jaulas, simulação de afogamento, situações de abuso sexual e espancamento, detenção de crianças e desrespeito à ideologia e prática religiosa de cada (obrigando prisioneiros a observar a assistir a profanações do Alcorão).
Desde que Obama se encontra no poder terá realizado a promessa de fechar Guantámo (tendo assinado um decreto-lei para encerrar este estabelecimento prisional em 2009), compromisso que nunca chegou a cumprir. Deste modo, apelamos ao cumprimento da palavra do presidente norte-americano, na medida em que estão ainda 166 prisioneiros neste estabelecimento prisional a (sobre)viver em condições humanas degradantes, sendo em grande parte cidadãos do Iémen (onde se vive atualmente um movimento de revolução contra a ditadura local). Todos estes indivíduos devem ser libertados ou levados a um julgamento justo.


Para factos e números sobre os 11 anos da existência de Guantánamo consultar na página da AI, clique aqui.